Dado da Organização Pan-Americana da Saúde alerta para a importância da medição da pressão arterial com precisão
Intensificar esforços para melhorar o controle da hipertensão, como preconizam as campanhas de conscientização que marcam o Dia Mundial da Hipertensão, celebrado nesta quarta-feira, 17 de maio, pode salvar mais de 420 mil vidas por ano só em países do continente americano, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). “Meça sua pressão arterial com precisão, controle-a, viva mais” é o tema da campanha da organização em 2023.
Conforme o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, embora a hipertensão afete 180 milhões de pessoas na América, sendo 18% adultos, a doença “geralmente não apresenta sintomas ou sinais e, muitas vezes, não é diagnosticada e nem tratada”.
“Isso é sério porque a hipertensão não diagnosticada e não controlada pode levar a ataque cardíaco, insuficiência cardíaca ou derrame”, acrescenta Barbosa.
A hipertensão, ou pressão alta, é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no continente americano, vitimando cerca de 2 milhões de pacientes a cada ano.
Nas Américas, mais de um terço dos homens e um quarto das mulheres com hipertensão têm idade entre 30 e 79 anos e desconhecem ser hipertensos. E entre os que sabem que têm pressão alta e recebem tratamento, apenas um terço (36%) a mantém sob controle.
Em 2022, o Ministério da Saúde publicou um relatório apontando que o número de adultos com diagnóstico médico de hipertensão aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil. Os índices saíram de 22,6% em 2006 a 26,3% em 2021. O relatório mostra ainda um aumento na prevalência do indicador entre os homens, variando 5,9% para mais.
Foi observada uma queda nos registros em determinadas faixas etárias, sendo a maior redução entre adultos de 45 a 64 anos, variando de 32,3% em 2006 a 30,9% em 2021, para aqueles entre 45 e 54 anos, e entre 49,7% em 2006 e 49,4% em 2021, para aqueles entre 55 e 64 anos.
De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), de 2010 a 2020, foram registradas 551.262 mortes por doenças hipertensivas no Brasil, sendo 292.339 em mulheres e 258.871 em homens.
O diretor da OPAS enfatiza que os países devem “acelerar seus esforços para expandir e garantir o acesso equitativo aos cuidados com a hipertensão” e fornecer treinamento para garantir que as abordagens mais recentes para diagnóstico e tratamento sejam na atenção primária à saúde.
Entre elas, está a iniciativa HEARTS, da OPAS, um modelo de atenção para o gerenciamento de risco cardiovascular que está sendo implementado atualmente em cerca de 3 mil clínicas em todo o continente americano.
Jarbas Barbosa também instiga os países a implementarem intervenções para promover dietas saudáveis, como o uso de rótulos de advertência em embalagens de produtos alimentícios processados e ultraprocessados e a redução no consumo de sal.
“Garantir que as unidades de atenção primária à saúde tenham dispositivos de medição de pressão arterial validados clinicamente também é fundamental para diagnosticar e gerenciar a hipertensão com precisão”, ressalta o diretor da OPAS, destacando que muitas unidades básicas de saúde ainda não possuem esse equipamento vital.
Os países podem acessar esses dispositivos, além de medicamentos anti-hipertensivos de qualidade assegurada a preços competitivos por meio do Fundo Estratégico da OPAS, um mecanismo de aquisição conjunta de medicamentos e tecnologias essenciais de saúde.
Mudanças no estilo de vida e o uso contínuo de medicamentos anti-hipertensivos são fundamentais para reduzir e controlar a doença, reforça o diretor da OPAS.
Sobre a hipertensão
A hipertensão afeta mais de 30% da população adulta em todo o mundo, somando mais de 1 bilhão de pessoas. É o principal fator de risco para doenças cardiovasculares, especialmente doença coronariana e acidente vascular cerebral, mas também para doença renal crônica, insuficiência cardíaca, arritmia e demência.
Cerca de metade das pessoas que vivem com hipertensão desconhecem sua condição, o que as coloca em risco de complicações médicas evitáveis e morte. A aferição precisa da pressão arterial é essencial para o diagnóstico e o tratamento adequados da hipertensão.
A hipertensão ocorre quando a medida da pressão se mantém frequentemente acima de 140 por 90 mmHg. É uma condição herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre eles: fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, grande consumo de sal, níveis altos de colesterol e falta de atividade física.
Sabe-se que sua incidência é maior na raça negra, aumenta com a idade, é maior entre homens com até 50 anos, entre mulheres acima de 50 anos, e em pacientes diabéticos.
A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente, mas além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável:
- Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares;
- Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos;
- Praticar atividade física regular;
- Aproveitar momentos de lazer;
- Abandonar o fumo;
- Moderar o consumo de álcool;
- Evitar alimentos gordurosos;
- Controlar o diabetes.
A medição talvez seja o procedimento mais comumente realizado na medicina clínica, por isso, avaliar o desempenho dos profissionais de saúde na medição da pressão arterial e como melhorá-la são elementos-chave de um programa de controle da hipertensão bem-sucedido.
Por fazer parte do grupo das Doenças Crônicas não Transmissíveis, a hipertensão arterial também está relacionada à meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que propõe, até 2030, a redução de um terço da mortalidade prematura por doenças não-transmissíveis, por meio de prevenção, tratamento e promoção da saúde mental e bem-estar
Por: Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita
comunica.aml@aml.com.br
Leia também:
Febre maculosa: doença transmitida por carrapato pode levar à morte