OMS alerta: índices de suicídio na América não param de aumentar

dia mundial da prevenção ao suicídio

Dia Mundial da Prevenção do Suicídio e Setembro Amarelo reforçam o lema “Se precisar, peça ajuda!”

O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio acontece anualmente em 10 de setembro. Representando um compromisso global para chamar atenção sobre o tema, a campanha é organizada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e conta com a parceria da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O objetivo da data é aumentar a conscientização sobre a prevenção do suicídio em todo o mundo e inclui promover a colaboração entre partes interessadas e a auto-capacitação para lidar com a auto-mutilação e o suicídio por meio de ações preventivas. 

Isso pode ser alcançado capacitando profissionais de saúde e outros atores relevantes, compartilhando mensagens positivas e informativas voltadas para a população em geral e grupos de risco, como jovens, e facilitando a discussão aberta sobre saúde mental em casa, na escola, no local de trabalho etc. Aqueles que pensam ou são afetados pelo suicídio também são incentivados a compartilhar suas histórias e procurar ajuda profissional.

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De acordo com a última pesquisa realizada pela OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios por ano em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia. 

Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a OMS. 

Sabe-se que praticamente 100% dos casos de suicídio estavam relacionados a doenças mentais, principalmente as não diagnosticadas ou tratadas incorretamente: muitas mortes poderiam ter sido evitadas se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade. 

Suicídios e tentativas de suicídio têm um efeito dominó que afeta não apenas os indivíduos, mas também as famílias, comunidades e sociedades. Fatores de risco associados ao suicídio, como perda de emprego ou financeira, trauma ou abuso, transtornos mentais e de uso de substâncias e barreiras ao acesso a cuidados de saúde, aumentaram ainda mais depois da pandemia. 

No entanto, o suicídio pode ser evitado. As principais medidas de prevenção ao suicídio baseadas em evidências incluem:

  • Restrição do acesso a meios para o suicídio (por exemplo, armas de fogo, pesticidas etc.);
  • Políticas de saúde mental e redução do álcool;
  • Cobertura responsável da mídia sobre o suicídio. 

O estigma social e a falta de consciência continuam a ser as principais barreiras para a procura de ajuda, destacando a necessidade de formação em saúde mental e campanhas anti-estigma.

Campanha Setembro Amarelo salva vidas! 

Em 2013, Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) deu notoriedade e colocou no calendário nacional a campanha internacional Setembro Amarelo. E, desde 2014, a ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), conquistam parceiros no Brasil inteiro com essa linda campanha. 

Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti-estigma do mundo. Em 2023, o lema é “Se precisar, peça ajuda!” e diversas ações já estão sendo desenvolvidas.

“Precisamos orientar para conscientizar, prevenir e no mês de setembro concentramos os nossos esforços e vamos para a prevenção efetiva do suicídio. A morte por suicídio é uma emergência médica e pode ser evitada através do tratamento adequado do transtorno mental de base”, afirma o presidente da ABP, Dr. Antônio Geraldo da Silva.

Durante o mês de setembro, a ABP prepara diversas ações para conscientizar sobre o tema como eventos online, iluminação de espaços públicos e monumentos com a cor da ação, campanha nas redes sociais, além de disponibilizar cartilhas informativas no site e materiais gráficos.

Conscientização

Para o presidente da ABP, todos nós devemos atuar ativamente na conscientização sobre a prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu. 

É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos de crise busquem ajuda. 

Normalmente, os pensamentos, sentimentos e ações da pessoa que deseja tirar a própria vida são bastante restritivos e ela é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar o problema.  

Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar quaind alguém está pensando em se matar e tente ajudar, praticando uma escuta ativa e sem julgamentos.

Mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, e, principalmente, levar a pessoa ao médico psiquiatra pode salvar a vida desse paciente.

Dados sobre suicídio

O suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. Segundo dados da OMS, todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios. 

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. 

​Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, divulgados pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil.

As taxas variam entre países, regiões e entre homens e mulheres. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. 

As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil).

Em países da Europa, houve um declínio nas taxas de suicídio e observou-se um aumento dessas taxas em países do Leste Asiático, América Central e América do Sul.

Embora alguns países tenham colocado a prevenção do suicídio no topo de suas agendas, muitos permanecem não comprometidos. Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio. 

Diretrizes 

Em 2017, a ABP e o CFM criaram as Diretrizes para Participação e Divulgação do Setembro Amarelo. O documento serve para orientar toda a sociedade sobre a participação na campanha, como utilizar corretamente os materiais de utilidade pública produzidos e de que maneira incentivar o Setembro Amarelo em cada região.

As diretrizes destinam-se a pessoas físicas, empresas e demais parceiros que queiram atuar junto à ABP e ao CFM na diminuição do estigma e, consequentemente, na prevenção ao suicídio. Acesse aqui e saiba como participar da Campanha Setembro Amarelo.

Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita

comunica.aml@aml.com.br

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